Política

Coincidências, televisões, política e eleições

Na proximidade de anos de eleições e as redações dos principais jornais e, sobretudo os canais de televisão preparam novas grelhas e novos programas de opinião política. Convidam novos diretores, quer porque estes saem de livre vontade, quer porque são substituídos por outros. Basta ver alguns casos como exemplo, mas com certeza que haverá outros.


Em outubro de 2018 a jornalista Maria Flor Pedroso foi escolhida para substituir Paulo Dentinho no cargo de diretora de informação de televisão da RTP. A substituição surge depois de Paulo Dentinho, anterior diretor de informação da televisão, ter colocado o seu lugar à disposição. Este foi um caso especial de substituição.


Em julho de 2108 o jornalista Manuel Carvalho é o novo diretor do PÚBLICO, que substitui David Diniz. Diretor do Público até 2 de agosto, David Diniz iniciou no mês de setembro uma colaboração com o jornal online ECO dedicado à informação económica ao qual também pertence António Costa, jornalista de economia, neoliberal convicto, (desculpe o epíteto). Diniz vai iniciar uma “colaboração regular” que incluirá não só uma coluna de opinião semanal, mas também “outros trabalhos jornalísticos, como reportagens e entrevistas sempre que a atualidade e interesse editorial o justificarem”. Recorde-se que o jornalista se demitiu da direção do Público, que ocupava desde outubro de 2016, na sequência do despedimento do seu adjunto, Diogo Queiroz de Andrade.


Luís Montenegro sai da “sombra política” a que se remeteu quando da eleição de Rui Rio, e surge, em finais de 2018, como comentador relâmpago no jornal das 8 da TVI.


Miguel Sousa Tavares como comentador político e editor do Jornal das 8 às segundas feiras na TVI. José Eduardo Moniz ergue-se novamente nos ecrãs da TVI com o programa das segundas feiras “Deus e o Diabo”.


O programa humorístico da RTP1 TDT dos sábados à noite acabou e, por outro lado, na TVI, na hora nobre do Jornal da 8, inicia-se outro programa com Ricardo Araújo Pereira. Se bem se lembram em 2015, também ano de eleições, Ricardo no mesmo horário teve um programa de humor.  A Quadratura do Círculo da SIC Notícias vai também sair de cena, o que virá  a seguir.


Estes são apenas casos, que, de certo, poderão ser coincidências. Mas que houve alterações, lá isso houve com o aproximar a entrada de um ano eleitoral muito especial e com característica que não se verificaram noutros anos. Compreende-se, é que este é um ano em que o partido que está no Governo é o PS que tem tido o apoio parlamentar do PCP e do BE. Esta geringonça não convém à direita e, como tal, há que fazer tudo para que o PS reduza substancialmente os valores que as sondagens lhe atribuem, nem que tenham de pedir ajuda ao diabo, mesmo que tenham de renegar a Deus.  Mas há um segundo alvo e também uma pedra no sapato que, para essa direita é António Costa.


A propósito, também Centeno tem sido alvo de algumas críticas e provocatórios subtis ataques, quer à direita do PS por uns motivos, quer à esquerda por outros, desvalorizando até, o ser presidente do Eurogrupo, assim como outros aspetos relevantes. Viu-se por declarações que eurodeputados da direita José Manuel Fernandes e Paulo Rangel, do PSD, que foram particularmente críticos da atuação de Mário Centeno, durante um debate com o presidente do Eurogrupo no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, acusando-o de inexistência e insucesso. Esses homens foram um desprestígio para Portugal e o para os portugueses.  Será que teriam feito o mesmo com o desempenho incompetente de Durão Barroso? A direita que temos esta. É assim!


Recordo-me dos elogios e relevo que a direita fez da importância que teria para Portugal quando da “escolha” de Durão Barroso para a presidência da Comissão Europeia, o que foi enormemente festejado e elogiado. Há portugueses que são assim, afagam as invejazinhas que têm de alguns e fazem o elogio de outros, mesmo que estes não convenham.


Enfim, tudo são suposições da minha parte, nada disto é assim, são meras coincidências, disparates sem lógica, tudo faz parte das programações das televisões que nada têm a ver com ser ou não ano de eleições. Tudo isto não é mais do que a acidez do meu limão.

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