Política

Traumatizado político ou sentimento de perda


Segundo especialistas o trauma psicológico é um tipo de dano que ocorre como resultado de um evento angustiante vivenciado por uma pessoa e é, muitas vezes, resultado de uma quantidade esmagadora de stress que excede a capacidade da pessoa de lidar com um problema.  Alguns são mais duradouros como os devido a alterações bruscas de um modo de vida.





O caso de Nuno Melo pode incluir-se no trauma político causado pelo 25 de abril, tinha oito anos de idade, e a família terá sofrido um grande choque. Mais recentemente, a perda do número de deputados com o péssimo resultado de 4,22% das últimas eleições terá sido também traumática. Não, não estou a dizer que ficar traumático por motivo de stress significa estar louco, nada disso. Não surpreende é que o deputado europeu pelo CDS, Nuno Melo, esteja com stress político e veja conspirações marxistas, comunistas e socialistas na educação e em todo o lado.





A psicanálise talvez pudesse explicar o trauma e o stress de Nuno Melo teve, e que parece ainda ter, com a exibição de uma curtíssima peça, sem importância relevante, sobre a exposição do Mundo Português no tempo do Estado Novo na qual Rui Tavares teceu um breve comentário que serviu para introdução a uma aula da disciplina de história. Será que Nuno Melo agora forja fake news? Parece que sim porque é falso o que escreveu!





Segundo o jornal online Polígrafo “acontece que Rui Tavares não deu qualquer aula no âmbito do projeto #EstudoEmCasa, nem foi “escolhido para a Telescola”. As imagens em que o porta-voz do Livre fala sobre a “expansão do mundo português” não são novas e o conteúdo está disponível desde dezembro de 2018 na RTP Play. Quem o confirmou ao Polígrafo SIC foi o próprio Ministério da Educação: "Rui Tavares não é professor no #EstudoEmCasa. O que ocorreu no passado dia 24 de abril foi a utilização de um recurso pedagógico por parte das duas professoras de História e Geografia de Portugal do 5.º e 6.º anos.”





O problema de Nuno Melo é que a peça utilizada na televisão abrangia ao mesmo tempo dezenas de milhar de alunos, ainda se fosse apenas numa sala de aula restrita ainda vá!





 O problema dele, o de Nuno Melo, e de outros políticos do CDS é que Rui Tavares pertence ao Livre um partido da esquerda moderada com representação parlamentar por uma deputada, atualmente carta fora do baralho.





Tudo seria diferente se a intervenção tivesse sido feita por um deles, do CDS. Estaria tudo bem por aí porque esses são os fiéis depositários dos valores da História Pátria e parecem querer vir a ser na atualidade os defensores e conservadores dos valores do Estado Novo e do perdido Império.





Para Nuno Melo todos quantos sejam de esquerda não deviam atrever-se a falar sobre história de Portugal nem fazer interpretações dirigidas a um vasto público porque há o perigo do marxismo poder infiltrar-se na cabeça das crianças ou de quem ouvir. Mais ainda, devia-se abolir dos manuais certos conceitos que desagradam à direita e retirar das bibliotecas todos os livros que contivessem aquela palavra maldita que deveria ser proscrita e, já agora, todos quantos fossem de esquerda e ou marxistas deveriam ser banidos de qualquer intervenção públicas sobre História Pátria e sobretudo na educação onde pretendem dar injeções atrás da orelha.





Melo em vez de lançar para a praça pública intervenções pouco sensatas, como o fez, deveria dedicar-se a ser modelo de um qualquer atelier de roupa masculina tendo em conta a opinião da sua ex-líder Assunção Crista que elogiou os atributos do candidato centrista por altura das eleições europeias, quando, entre sorrisos da assistência, afirmou que o CDS "tem uma cara engraçada", referindo-se ao candidato.





Nuno Melo vê marxismo em todo o lado, ele é nas escolas, ele é na imprensa, ele é nas televisões. O trauma dos 4,22% das últimas eleições persegue-o e os culpados foram os políticos que, não sendo da direita, leia-se CDS, são todos marxistas, e o marxismo anda por aí.





Haja paciência!


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