Em democracia e em situação de gravidade como aquela de
pandemia em que vivemos que coloca em perigo a saúde e a vida de pessoas e
quando é necessário tomar medidas mais drásticas de proteção da população
surgem por aí uns nervositos com traumas, sabe-se lá de quê, ou porquê, a
berrar em público: “Ai que Deus, ai que Deus, estão a querer limitar-nos as
liberdades democráticas e a impor-nos regras de comportamento social! Vem aí o
autoritarismo! Esses querem a desbunda mesmo que perigando a sua saúde e a de
outros que os rodeiam mesmo sabendo que podem propagar surtos de infeção.
Ele são contra as máscaras, ele são contra a redução de
grupos, eles são contra o fecho de bares e discotecas a partir de certas horas,
(faltam-lhes os copos e shots), ele são contra a redução pessoas por grupo,
eles são, enfim, eles são contra tudo quanto possa limitar os perigos de
contágio alegando a liberdade democrática, que duvido saibam o que seja, o
atentado das liberdades individuais, (reparem que utilizo o plural). Não mais
do que alegações para se mantenha a continuidade do descomedimento ainda que,
temporariamente, limitado.
Para os apoiar vêm uns senhores através da imprensa e do
acesso que têm aos canais televisivos adornar argumentos baseados na
constitucionalidade que não são mais do que retóricas para distração da
perigosa realidade que vivemos, enquanto países como a França e na
Bélgica, Reino Unido, Irlanda, entre outros já as tomaram, como por exemplo o
recolher obrigatório. Situações graves requerem situações drásticas embora se
deva ter também em vista a mitigação de custos para a economia e o emprego.
Não sei se alguém já se deixa convencer pelas balelas
proclamadas por essas almas que, em manobras de fachada se dizem ávidas das liberdades
e de que a democracia pode estar em perigo. Alguém se deixará convencer
de que com o no nosso atual regime democrático e passado o perigo da pandemia
as limitações continuarão a manter-se? Simplesmente ridículo! Essas almas que
tanto se proclamam contra as medidas excecionais devem estar a pensar em alguns
partidos que por aí andam, de quem são possivelmente simpatizantes, e que à
primeira oportunidade, se deixarmos que a tenham para aceder ao poder, a
limitam sem que para isso seja necessária qualquer pandemia. Para esses que
estão preocupadíssimos com algumas restrições necessárias para salvaguarda da
saúde pública e numa opção de escolha façamos a seguinte pergunta de retórica.
Se estivesse em perigo a vossa vida devido a doença altamente contagiosa que os
conduziria à morte o que escolheriam? Manterem-se expostos à doença mortal ou
uma liberdade especificamente limitada, controlada e temporária para ajudar a
combater a sua propagação.
Já sabemos a fuga à resposta: isso não tem nada a ver. Tem a
ver porque é esse o caso e os números mostram esse mesmo risco que, podendo não
ser mortal pode deixar, senão perdas de memória, dificuldades de linguagem e
complicações psicomotoras. Problemas ainda por compreender perante a
complexidade de um vírus que pode afetar a recuperação de, pelo menos, 20% dos
pacientes tais como “perda de memória, dificuldades de linguagem e
problemas psicomotores, as alterações cognitivas ainda por explicar na
covid-19”, de acordo com artigo investigação muito recente, 18 de outubro,
que pode consultar na fonte da
informação ou aqui.
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