Quando não se pretende que uma
negociação entre vários elementos com interesses divergentes não resulte, ou não
chegue a bom termo, basta que entre os participantes seja suficiente que, pelo
menos um, apresente propostas que à partida sabe que são inaceitáveis, fica o
caso arrumado. Acabam-se os acordos. Esta é a estratégia.
O
nome do título sugere uma intenção que pode ser um propósito com um móbil por
trás das intenções manifestadas que são desconhecidos por uma das partes.
Os partidos da extrema-esquerda, etiqueta de que estes não
gostam, pretendem agora justificar o injustificável e apelam às emoções de quem
os ouve. Um, o PCP, baseia-se no choradinho dos salários baixos e no salário
mínimo, porque sabe que é por aí que capta pessoas. Outro, o BE, pela voz da
Catarina Martins, com aquela modulação na voz, mais ou menos comicieira que
parece irá chorar clama e insiste para que o Governo explique porque não os
aceita os pontos que tem apresentado. Então Catarina, a sua falácia parece ser de
quem tem estado desatenta. Não tem ouvido que no momento há situações que não
podem ser ultrapassáveis? Catarina e Jerónimo não devem estar a falar para o país,
mas para dentro dos partidos de para os seus adeptos.
Quando não se pretende que uma negociação entre vários
elementos com interesses divergentes não resulte, ou não chegue a bom termo,
basta que entre os participantes seja suficiente que, pelo menos um, apresente
propostas que à partida sabe que são inaceitáveis, fica o caso arrumado.
Acabam-se os acordos. Esta é a estratégia.
O que está realmente em jogo é que os litigantes não estão a
falar entre eles, (refiro-me neste caso mais à veemência do BE e do PCP do que
à do PS). Pelo contrário, dirigem-se principalmente a um público por cuja
aprovação competem através de uma retórica construída com uma narrativa que pensam ser persuasiva,
mas que se torna repetitiva, sem inovação argumentativa, enfim, aborrecida.
O BE
e o PCP captam meras ocasiões oportunas para elevarem o seu prestígio aos olhos
do público/potencias eleitores que são os verdadeiros destinatários da sua comunicação.
Os seus discursos, e também de outros partidos, não têm servido para discutir ou
tentar convencer o adversário(s) para arranjar soluções possuem mais um caráter
plebiscitário à opinião pública que os possa legitimar.
Os
políticos daqueles dois partidos têm a tendência para exagerarem e enfatizarem
a eventuais polémicas estremando posições e pouco verosímeis. Estes tipos de
atores vivem da controvérsia e do desacordo com o objetivo de obterem a atenção
da opinião pública, mas também a manutenção da sua liderança dentro dos
partidos e dos seus adeptos que permeiam a firmeza, mesmo que isso prejudique o
país.
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