Em democracia uma das funções da oposição seja, de direita ou de esquerda, é a de criticar o governo que esteja em exercício. O dia da falhada manifestação dos coletes amarelos aqui em Portugal, imitação grosseira dos “gilets jaunes”, leva-nos a refletir sobre as reivindicações, também elas imitação grosseira do que fizeram em França.
Já quase no final do ano, ao começar a pensar nos pontos de mira em que a direita CDS e PSD, incidirão para fazer oposição ao Governo, encontro apenas casos que se referem a acidentes alguns deles graves, é certo, com perda de vidas humanas que os canais de televisão se encarregaram de explorar, aprofundando e repetido exaustivamente as mesmas peças. Outros casos que têm sido explorados pela oposição de direita são casos imprevisíveis que não têm procedência em governos sejam eles quais forem.
As críticas da oposição sobre o que de facto interessa ao país são aniquilados pelo nevoeiro envolvente dos casos conjunturais e acidentais lançados pela comunicação social. É uma direita sem programa que se alimenta de casos.
Agora que estamos na época natalícia e prestes a iniciar-se um novo ano seria bom que a oposição de direita pusesse no Cabaz de Natal para oferecer aos portugueses o compromisso de que irá fazer tudo aquilo que, segundo ela, o atual Governo em funções não tem feito e que tem suscitado tantas críticas.
Seria interessante que a direita que tanto critica as iniciativas do Governo, e diz serem apenas de propaganda enganadora fizesse, agora que estamos no final do ano, algumas promessas aos portugueses para cumprir caso venha a ser Governo.
Assim, aqui vão algumas promessas que direita se deve comprometer a cumprir, caso venha a ser Governo após as próximas eleições legislativas tendo em vista o que tem vindo a afirmar ao longo do ano e o mais provável também no próximo.
- Prometemos baixar ou até eliminar os impostos sobre os produtos petrolíferos.
- Prometemos aumentar o salário mínimo do público e do privado.
- Prometemos aumentar todos os funcionários público.
- Prometemos o descongelamento das carreiras de acordo com as reivindicações dos sindicatos, nomeadamente as pedidas pelos professores.
- Prometemos melhorar todos os serviços públicos para evitar a sua degradação.
- Prometemos durante o nosso mandato renovar todas a redes ferroviárias assim como a substituição de todas as composições dos comboios da CP.
- Prometemos melhores transportes para todos e passes acessíveis a nível nacional.
- Prometemos exigir a todas as autarquias que reforcem e melhorem a rede rodoviária encerrando as que estão em estado perigoso ou degradado.
- Prometemos combater e eliminar a corrupção.
- Prometemos que não haverá mais incêndios florestais.
- Prometemos baixar impostos às empresas.
- Prometemos rever os escalões do IRS para que todos paguem menos impostos.
- Prometemos baixar o IRC para todas as empresas para captar investimento.
- Prometemos voltar a fazer parcerias com escolas privadas mesmo onde existam escolas públicas mesmo que utilizem os fundos para benefícios pessoais.
- Prometemos baixar o preço da energia.
- Prometemos que não mais haverá mortos ou feridos em acidentes por falhas da intervenção do Estado.
- Prometemos que nada mais falhará na segurança.
- Prometemos que faremos todas as diligências para satisfazer na íntegra todas as reivindicações dos enfermeiros.
- Prometemos que baixaremos o IVA em alguns produtos.
- Prometemos que acabaremos com as listas de espera das intervenções cirúrgicas.
- Prometemos que iremos melhorar, ampliar e dinamizar o SNS.
- Prometemos que os hospitais públicos passarão a funcionar em pleno, que nada faltará aos utentes e que serão preenchidas todas as vagas, quer de enfermeiros quer de médicos.
- Garantimos aumentos e carreiras para todos que pertençam à função pública.
- Prometemos e garantimos que bombeiros e Proteção Civil nunca falharão.
- Prometemos não aumentar impostos nem aumentar taxas.
- Prometemos que eliminaremos todas as taxas e taxinhas.
- Prometemos triplicar o investimento privado.
- Prometemos aumentar o investimento público para níveis muito superiores ao do atual governo (críticas em 30 de outubro de 2018).
- Prometemos reduzir para 60% a dívida pública.
- Prometemos reduzir o défice para 0%.
- Prometemos um aumento do crescimento entre 3 a 4% ao ano à semelhança com outros países do Leste.
- Prometemos reduzir a inflação que agora é de 1,3%.
- Prometemos habitação condigna para todos e a preços acessíveis, especialmente para os jovens.
- Prometemos acabar com as bolsas de pobreza ainda existentes.
- Prometemos ceder às reivindicações dos magistrados.
Em alternativa a direita, se não for governo, poderia convocar através de pressupostas pessoas e pelas redes sociais manifestações de coletes, a cor poderá ser à escolha, transformar estas promessas em caderno reivindicativo e exigir ao Governo o seu cumprimento.
Demagogia? Claro que sim, mas parece que a oposição de direita faz crer que tudo o que critica ao Governo, se estivesse no poder, poderia fazer cumprir com eficácia.
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