A propósito das eleições diretas no PSD, independentemente
de quem as ganhe, é fácil antecipar que, durante as próximas semanas, ouviremos
falar de entrevistas e comunicações até à saturação sobre a derrota ou a vitória
de um dos ainda candidatos.
Permito-me fazer um prognóstico sobre quem vai liderar o PSD,
se Rio ou Rangel. Com a esperança de me enganar acho que Rangel será o ganhador.
E, se o for, é válido o pensamento de quem considera que foram comentadores na
maior parte da comunicação social que para isso contribuíram.
Para os militantes do PSD, se não a maioria, o partido está
há cerca de seis anos fora da governação do país, e a saudade é
muita, e muitos dos seus boys anseiam por cargos. Muitos embarcam no mito tipo
sebastianista, isto é, delírio sentimental e ideológico, para eles verdadeiro, embora
racionalmente falso. O “passismo”, é o motor dos militantes e adeptos do PSD
que os força a acreditar na personificação de Passos Coelho e do seu ideário em
Paulo Rangel.
Como também salientei
no blogue com o título “As
eleições diretas no PSD que podem transformar-se em indiretas” Sousa Tavares
escreveu no semanário Expresso: “Rangel recusa-se a dizer o que fará se ganhar
sem maioria absoluta ou que lhe permita governar em coligação à direita ou o
que fará se o mesmo acontecer ao PS; Rio diz que o interesse do país e da
governabilidade está à frente do interesse do partido e, portanto, facilitaria
um Governo do PS minoritário, esperando que o PS fizesse o mesmo a um Governo
PSD minoritário.”
A grande diferença é que Passos Coelho quando primeiro-ministro
era pouco palavroso, nada meloso, pouco demagógico, transmitia segurança mesmo a
quem não aderia às suas ideias neoliberais e, sobretudo, não era propagandista de
ideias falsas, fazia o que estava nos seus projetos mesmo sabendo que
desagradava, ao contrário de Rangel cujo discurso é perigosamente demagógico e
falacioso e vive num ideal só dele sobre o que acha deve ser será um opositor e
um primeiro-ministro.
Desde então a verdadeira identidade política do PSD foi-se
perdendo com o Governo de Passos em coligação com Paulo Portas sob supervisão
da troika. Estava a reajustar-se com Rui Rio quando apareceram os antigos
apoiantes das políticas de Passos como Luís Montenegro e, recentemente, Paulo
Rangel que irá contribui para a lavagem daqueles anos que tem estado em curso,
para gáudio dos nostálgicos passistas.
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