Não é apenas com
debates nas televisões, na rádio e com as arruadas dos partidos que se faz
campanha eleitoral, nas empresas de comunicação social também acontece de modo
mais sofisticado.
A SIC e o semanário
Expresso entraram na campanha eleitoral e de tempo de antena com o PSD de Rui
Rio. Basta estar atento e perceber as conotações que são feitas ao relatarem os
factos relacionados coma campanha. A minha leitura é que alguns artigos são
tendenciosos e projetam-se no favorecimento do PSD. Mas isto é a minha opinião,
mas há outras que tem pontos de vista contrários nomeadamente os que são da
fação daquela fação clubística.
A falsidade
prolifera nos comentários e nas promessas que atravessam a comunicação social
ávida do regresso de uma direita que imponha uma austeridade castradora de
direitos a uns e distribuidora de privilégios a outros, ao mesmo tempo que
acenam para todos com a bandeira demagógica ds baixa dos impostos para caçar
votos, sem a certeza das promessas poderem ser cumpridas por impossibilidade de
o fazerem quando o poder lhes cai nas mãos. E as escusas podem ser várias e
fáceis de arranjar.
Nesta campanha todos
apostaram em associar-se implicitamente para a derrota de António Costa e do
Partido Socialista, da extrema-direita à extrema-esquerda associados no desígnio
para derrubar e enfraquecer o PS.
Que a motivação
e o objetivo sejam as dos partidos da direita, nomeadamente do PSD, compreende-se
porque a derrota de um pode conduzir à vitória de outro, mas dos outros
partidos da esquerda não se justifica se não for a caça a uns votinhos que
apenas obterão se vierem do PS. Se as direitas juntamente com o PSD ganharem
estas eleições bem podem os seus adeptos agradecer ao BE e ao PCP-CDU. Por mais
que afirme o contrário, Catarina Martins e o BE, e também o PCP, foram quem nos
mergulhou nesta situação tão lesiva para todos portugueses que ela diz defender
repetindo sempre a mesma cassete.
Ainda a
propósito da campanha eleitoral, mas noutro sentido, o cinismo e a hipocrisia dos
partidos estão a caminho da confirmação da triste evidência que é a de não
cuidarem da salvaguarda da sobrevivência da democracia e da defesa do bem comum
em termos de saúde pública perante esta nova realidade sanitária demonstrado nos
comportamentos nas arruadas, tudo ao molho e fé no quer que seja.
É fácil preverem-se
discursos futuros com narrativas eivadas de cinismo desculpando-se com o
governo em transição se a coisa der ainda mais para o torto no que respeita a
esta pandemia que está a propagar-se e que poderá vir a entrar numa fase sem
controle.
Os líderes do
CDS, do Chega e da IL deslocam-se pelo país mostrando-se sem máscara ou só a
colocando quando as câmaras das televisões os captam e, mesmo assim,
esquecem-se de as colocar. Não dão muito nas vistas porque a sua capacidade de
atração nas arruadas não funciona tão bem nem se aproxima da dos apoiantes do
PSD e PS que fazem autênticas aglomerações de irresponsabilidade sanitária.
Fazemos caricatura
do líder de partidos como o ADN – Alternativa Democrática Nacional que se
insurge contra as restrições e se nega a ser testado à covid-19 troçando dos cidadãos
responsáveis quando estes que se protegem a si e aos outros e ao mesmo tempo os
partidos ditos responsáveis zombam de nós todos quando os vemos nas arruadas durantes a campanha para as
legislativas como se nada estivesse a acontecer passando aos cidadãos uma
imagem de irresponsabilidade transmitida pelos dirigentes partidários.
Durante esta
campanha para as legislativas trata-se tudo menos do que realmente interessa aos
portugueses e brandem argumentos para tudo desde que sirvam para cada um puxar a
brasa à sua sardinha. Tudo lhes serve para ajudar ao seu querido partidinho de
direita e de extrema-esquerda. Baseiam-se em pequenos casos e generalizam. A
generalizações podem degenerar em mentiras. É como a tal coisa de irmos a uma janela,
vermos uma andorinha, abrimos a janela e gritarmos para a rua: “OLHEM JÁ É PRIMAVERA,
JÁ É PRIMAVERA”. Afinal estava um frio de rachar, como está hoje, e afinal ave
não era mais do que um pardal. Curem-se, mas é!
Mesmo que se confrontem
com a realidade ao pé da porta o instinto clubista rejeita argumentando que
demonstram essa mesma realidade. Isto é, buscam argumentos para distorcer a
realidade que perpassa nos seus olhos.
Com o cheiro do
poder tudo serve para defenderem o seu clube partidário cujo “treinador” antes
renunciavam, mas que agora lhe tecem elogios correndo atrás dele. Vejam-se como
os neoliberais “passistas“ como Montenegro, e outros que se agarram agora a
quem antes queriam derrubar para darem uma ilusão de união. São estes que irão
pressionar Rui Rio/PSD a modificar o seu programa inconsistente para um outro onde
o neoliberalismo se imporá como no tempo de Passos Coelho.
Há treinadores
sobreviventes apesar das propostas que apresentam serem demagógicas e, na prática
difíceis de concretizar, e eles sabem-no.
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